quinta-feira, novembro 30, 2006

De Architectura - Marco Vitrúvio Polião

Gravura presente no tratado latino De Architectura (Sobre a arquitectura ou Da arquitectura) do romano Vitrúvio, século I a.C.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Vitruvian Man - Leonardo Da Vinci


"From the roots of his hair to the bottom of his chin is a tenth of a man's height; from the bottom of the chin to the top of the head is one eighth of his height; from the top of the breast to the roots of the hair will be the seventh part of the whole man. "
~ Notebooks of Leonardo

Melancolia

Albrecht Dürer, Melencolia I, 1514
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"By Melancholy, saith he, some men are made as it were divine, foretelling things to come, and some men are made Poets. He saith also, that all men that were excellent in any Science, were for the most part melancholy. Democritus, and Plato attest the same, saying, that there were some melancholy men, that had such excellent wits, that they were thought, and seemed to be more divine then humane."
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Heinrich Cornelius Agrippa in Of Ocult Philosophy, Livro I, parte 3

A chegada do Inverno boreal

Já sei que chegas, Inverno velho! Já sei que trazes - bárbaro! O frio e as longas chuvas sobre os beirais. ...
Então soluças pelas janelas, gemes e imprecas pelos oitões,
galopas louco sobre as rajadas, possesso, ululas entre procelas. E ébrio, nas noites destes rincões
lampejas brilhos de punhaladas.
...
Inútil tudo! Vê que estou firme.
...
Fotografia:
Desfolhada - Fausto Cunha
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Excertos de "Aqui estou Sr. Inverno" in Romances de estância e querências - Marcas do tempo de Aureliano de Figueiredo Pinto. Ed. Globo. 1959.

terça-feira, novembro 28, 2006

A fada do mar


Engenhosa sereia rouca e triste!
Foste tu quem nos veio namorar,
E foste tu depois que nos traíste!

E quando terá fim o sofrimento!
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento!"

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Escultura em bronze
A emblemática 'Pequena Sereia' de Edvard Eriksen em Copenhaga inspirada na obra de Hans Christian Andersen.
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Poema: "Mar" de Miguel Torga - História Trágico-Marítima

segunda-feira, novembro 27, 2006

Uma Homenagem...



Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te perco

conheço tão bem o teu corpo

sonhei tanto a tua figura

que é de olhos fechados que eu ando

a limitar a tua altura

e bebo a água e sorvo o arque te atravessou a cintura

tanto, tão perto, tão real

que o meu corpo se transfigura

e toca o seu próprio elemento

num corpo que já não é seu

num rio que desapareceu

onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te perco

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Mário Cesariny

Picture: Cesariny - O que está em cima é igual ao que está em baixo

Técnica mista sem papel - 2001

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Mário Cesariny (09/08/1923 - 26/11/2006)

quinta-feira, novembro 23, 2006

O Néctar dos Deuses



- Quais as três coisas que o beber especificamente provoca?
- "...nariz vermelho, sono e urina. Luxuria, senhor, ele provoca e não provoca; provoca o desejo, mas impede o desempenho."

William Shakespear em Macbeth (conversa entre Macduf e Porter)

Picture: Baco de Michelangelo Merisi (Caravagio) em exposição na galeria Uffizi em Florença

terça-feira, novembro 21, 2006

Guernica - Pablo Picasso


* Inspiração divina ou loucura controlada?
* Talvez ambos...

segunda-feira, novembro 20, 2006

Imensidão Onírica

Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?Ver claro!
Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.
As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.
Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.
Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?

Fotografia: Nuno Baptista
Maquina: Canon Modelo: Canon EOS 350D DIGITAL
Exposição: 4/10 sec Abertura: f 18ISO: 100Metering Mode: Average Flash: No FlashDist. Focal: 27 mm

Poema: Olhando o mar, sonho sem ter de quê - Fernando Pessoa

domingo, novembro 19, 2006

Furor Sagrado No Paraíso Perdido


Olhámo-nos um dia,
E cada um de nós sonhou que achara
O par que a alma e a carne lhe pedia.
- E cada um de nós sonhou que o achara...
E entre nós dois
Se deu, depois, o caso da maçã e da serpente, ...
Se deu, e se dará continuamente:
Na palma da tua mão,
Me ofertaste, e eu mordi, o fruto do pecado.
- O meu nome é Adão...
E em que furor sagrado
Os nossos corpos nus e desejosos
Como serpentes brancas se enroscaram,
Tentando ser um só!
Ó beijos angustiados e raivosos
Que as nossas pobres bocas se atiraram,
Sobre um leito de terra, cinza e pó!
Ó abraços que os braços apertaram,
Dedos que se misturaram!
Ó ânsia que sofreste, ó ânsia que sofri,
Sede que nada mata, ânsia sem fim!
- Tu de entrar em mim,
Eu de entrar em ti.
Assim toda te deste,
E assim todo me dei:
Sobre o teu longo corpo agonizante,
Meu inferno celeste,
Cem vezes morri, prostrado...
Cem vezes ressuscitei
Para uma dor mais vibrante
E um prazer mais torturado.
E enquanto as nossas bocas se esmagavam,
E as doces curvas do teu corpo se ajustavam À
s linhas fortes do meu,
Os nossos olhos muito perto, imensos
No desespero desse abraço mudo,
Confessaram-me tudo! ...
Enquanto nós pairávamos, suspensos
Entre a terra e o céu.
Assim as almas se entregaram,
Como os corpos se tinham entregado.
Assim duas metades se amoldaram
Ante as barbas, que tremeram,
Do velho Pai desprezado!
E assim Adão e Eva se conheceram:
Tu conheceste a força dos meus pulsos,
A miséria do meu ser,
Os recantos da minha humanidade,
A grandeza do meu amor cruel,
Os veios de oiro que o meu barro trouxe...
Eu os teus nervos convulsos,
O teu poder,
A tua fragilidade,
Os sinais da tua pele,
O gosto do teu sangue doce...
Depois...
Depois o quê, amor?
Depois, mais nada,
- Que Jeová não sabe perdoar!
O Arcanjo entre nós dois abrira a longa espada...
Continuámos a ser dois,
E nunca nos pudemos penetrar!

Imagem: Adão e Eva - Miguel Angelo
Poema: Adão e Eva - José Régio

sábado, novembro 18, 2006

Creation of the Sun, Moon and Plants - Miguel Angelo


Do caos ao cosmos?
O poder da criação?
Ou...
A supremacia de quem detém o conhecimento?


1511 Fresco, 280 x 570 cm
Cappella Sistina, Vatican

Intemporalidade

Melting Clocks - Salvador Dali


Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

Eugénio de Andrade

sexta-feira, novembro 17, 2006

Uma ponte para o infinito dos nossos sonhos

Faro... que saudades...

Ficha técnica:
Fotografo: Sissi
Maquina: Canon
Modelo: Canon EOS 350D DIGITAL
Exposição: 1/60 sec
Abertura: f 5ISO: 100 Metering Mode: Multi-Segment
Flash: No FlashDist. Focal: 18 mm

segunda-feira, novembro 13, 2006

Casa da Música - Rem Koolhaas

O desafio era “encaixar” um complexo programa funcional num objecto com uma forma atípica, conseguindo simultaneamente que a estrutura de suporte fizesse parte integrante do conceito espacial do Arquitecto. Para Rem Koolhaas os elementos de que a Engenharia necessita constituem oportunidades e temas que vão dando forma ao espaço. Fazendo sentido estrutural, pilares e paredes inclinadas são trabalhados formalmente e integrados no projecto, não através da sua dissimulação, mas assumindo, por vezes, um protagonismo inesperado. Este processo cria uma liberdade inicial de concepção que, através de um rigoroso controlo formal, conduz ao resultado desejado.
in Ingenium - Ordem dos Engenheiros

Girl With a Pearl Earring - Joahannes Vermeer



- Quero vê-lo.
É verdade que ela usou os meus brincos de pérola?
Porque fizeste isso?
- É só um quadro. Os quadros servem para receber dinheiro.
- Quero vê-lo!
Porque não me pintas a mim?
- É uma encomenda, em breve sairá desta casa.
- Quero vê-lo!
- Deixar-te-á pior.
- Quero vê-lo!
É obsceno!... Quero-a fora desta casa!

Rapariga com Brinco de Pérola de Tracy Chevalier, livro inspirado no quadro de J. Vermeer e que deu origem ao filme com o mesmo nome.


O quadro é um mistério. Pouco se sabe sobre a vida de Johannes. Quem é a modelo? Porque foi pintada? Porque usa um brinco de pérola? O seu enigmático sorriso será inocente? Ou sedutor?...

sexta-feira, novembro 10, 2006

Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupery




Mais il arriva que le petit prince, ayant longtemps marché à travers les sables, les rocs et les neiges, découvrit enfin une route. Et les routes vont toutes chez les hommes.
- Bonjour, dit-il.C'était un jardin fleuri de roses.
- Bonjour, dirent les roses.Le petit prince les regarda. Elles ressemblaient toutes à sa fleur.
- Qui êtes-vous? leur demanda-t-il, stupéfait.
- Nous sommes des roses, dirent les roses.
- Ah! fit le petit prince...
Et il se sentit très malheureux. Sa fleur lui avait raconté qu'elle était seule de son espèce dans l'univers.

Anjo - Lima de Freitas



"Uma pintura de constantes buscas e profundas reflexões."

quinta-feira, novembro 09, 2006

Pequenos Momentos de Eternidade - Ramarago



Na minha procura,
De enterder a vida...
Encontro a essência de vivê-la,
Em pequenos momentos,
De Eternidade...
Onde me deixo levar,
Pelo sonho...
Pelo vento,
Que sopra nas asas...
E me faz voar,
No meu Céu Azul...
Sem Rumo...



Ficha Técnica:
Maquina: NIKON CORPORATIONModelo: NIKON D50Exposição: 1/200 secAbertura: f 4MeteringMode: Multi-SegmentFlash: Flash, Auto-Mode, Return light detectedDist.Focal: 55 mm

Spring Painting - Nuno Milheiro


Ficha técnica:
Trás-os-Montes, pôr do sol fotografado a 300mm
Foi feito tratamento digital em separado para o 1º plano ( flores) campo e céu, de maneira a conseguir o efeito pretendido de côr e luz na imagem.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Gaudí, um romance - Mario Lacruz

"O arquitecto deve procurar sempre as suas leis e entrar em consonância com elas. Por isso digo que a originalidade consiste precisamente em voltar às origens. Todos os que me acusam de inovador estão redondamente enganados! Repara no crescimento desses eucaliptos: é helicoidal. As formas a que chamamos geométricas não abundam na natureza. Mesmo as que o homem faz planas, como portas e mesas, com o tempo tornam-se curvas. Algum motivo haverá, digo eu... Vou usar a forma helicoidal em alguns móveis ou, melhor, em colunas. Mas já sei que se vão escandalizar."

Fishy - Frank O. Ghery

Surrealismo Literário

"Deixa-me sentar numa nuvem a mais alta e dar pontapés na lua que era como devia ter vivido a vida toda dar pontapés até sentir um tal cansaço nas pernas que elas pudessem voar mas não é possível que tenho tonturas e quando olho para baixo vejo sempre planícies muito brancas intermináveis povoadas por uma enorme quantidade de sombras dá-me um cão ou uma bola ou qualquer coisa que eu possa olhar dá-me os teus braços exaustivamente longos dá-me o sono que me pediste uma vez e que transformaste apenas para teu prazer nos nossos encontros e nos nossos dias perdidos e achados logo em seguida depois de terem passado por uma ponte feita por nós dois em qualquer sítio me serve encontrar o teu cabelo em qualquer sítio me bastam os teus olhos (...)"

Mário Henrique Leiria

segunda-feira, novembro 06, 2006

Tocar o Divino...

Miguel Angelo


The sadest parte of a broken heart
Isn’t the ending so much as the start
The tragedy starts from the very first spark
Losing your mind for the sake of your heart
The saddest part of a broken heart
Isn’t the ending so much as the start
Excerto de Let It Die - Feist

sexta-feira, novembro 03, 2006

Fernando Pessoa


No papel, escrito por Fernando Pessoa, pode ler-se "I know not what tomorrow will bring" e foi escrito no dia que antecedeu a sua morte!

Sándor Márai - As velas ardem até ao fim

“… voltaste, porque não podias fazer de outra maneira. E eu estava à tua espera porque não podia fazer de outra maneira. Ambos sabíamos que nos íamos encontrar mais uma vez e que depois tudo terminaria. A vida e naturalmente tudo o que dava sentido às nossas vidas e mantinha a tensão até este momento. Porque os segredos existem entre ti e mim, há uma força singular. Queima o tecido da vida como uma radiação maligna, mas, ao mesmo tempo, também dá calor à vida e mantém a tenção. Obriga-te a viver… Uma pessoa vive enquanto tem coisas para fazer nesta terra…"

quinta-feira, novembro 02, 2006

Cadavre-exquis


Cesariny, Cruzeiro Seixas, Fernando José Francisco - e o Passeio do Cadáver Esquisito por Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas e Fernando José Francisco.

Cadavre-exquis foi iniciado por Cesariny, continuado por Cruzeiro Seixas e terminado por Fernando José Francisco (os fundadores de "Os Surrealistas"), 2006.
Lápis de cor e caneta s/ papel

quarta-feira, novembro 01, 2006

John Steinbeck - Filhos de um deus menor

"Há as pessoas extremamente belas. Há as extremamente inteligentes. As extremamente talentosas. Há as que têm uma sorte extraordinária. Há, depois, todas as outras. As que não têm nada disso. E têm de se contentar. Ou, não se contentando, têm de viver frustradas.
A variedade é boa. Mas, se tivesse havido um criador disto tudo, não poderia deixar de ser considerado excessivamente injusto..."